Pois é.
Muita gente entra feliz achando que vai ganhar mais liberdade e dinheiro limpo, mas acaba descobrindo que virou empresário de si mesmo sem segurança nenhuma. Esse é o coração da pejotização — um tema que chegou até o STF (Supremo Tribunal Federal) e está sendo discutido em audiência pública, porque afeta milhões de brasileiros. Neste artigo direto ao ponto, você vai entender:
Pejotização é quando uma empresa contrata você como pessoa jurídica (PJ), e não como funcionário CLT. Em vez de ter carteira assinada, você abre um CNPJ, emite nota fiscal e assume todos os encargos que antes eram da empresa.
Na prática, o que muda:

Em resumo: na CLT você é protegido; como PJ, você é “livre” — mas também sozinho.
O Supremo Tribunal Federal está julgando o processo ARE 1.532.603, que discute quando contratar como PJ é legal — e quando é fraude trabalhista disfarçada. Durante as audiências, especialistas alertaram que:
O ministro Gilmar Mendes resumiu bem:
“Precisamos equilibrar liberdade econômica com proteção social.”
Enquanto o STF não decide, todas as ações judiciais sobre pejotização estão suspensas.
A ideia de ser PJ soa moderna — trabalhar por conta própria, ter autonomia, escolher projetos.
Mas, muitas vezes, é uma falsa liberdade. Exemplo real:
Você entra em uma empresa como “prestador de serviço PJ”.
Tem horário fixo, chefe, metas, crachá e até ponto eletrônico.
Só falta o registro — e todos os direitos que vêm com ele.
Isso é pejotização abusiva — quando a empresa disfarça uma relação de emprego para pagar menos encargos.

Em outras palavras: quando o custo da “liberdade” recai só sobre o trabalhador, não é liberdade — é transferência de risco.
Se você está ou foi contratado como PJ, observe:
Se a maioria das respostas for “sim”, é sinal de que existe relação de emprego disfarçada — e isso pode ser questionado na Justiça do Trabalho.
A pejotização é um sintoma de mudança estrutural: o país está empurrando o risco do trabalho para o trabalhador.
Menos arrecadação significa menos proteção e mais desigualdade. A decisão do STF vai definir o futuro das relações de trabalho no Brasil.
Ser PJ pode ser ótimo — se for uma escolha consciente e equilibrada.
Mas quando é imposto como condição para trabalhar, é injusto e insustentável. No fim, a verdadeira liberdade é poder escolher — e saber o que está em jogo.